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Casa-Poema

Posted by Sarah Souza on 03:40
Tenho que admitir, desde que cheguei em terras lusas falo muito em Fernando Pessoa. Aqui em casa isso já virou piada. Há quem diga que vejo o poeta por aí, ou à beira do Tejo (não é Laura?). Infelizmente eu não o vejo. Deve ser a minha falta de vocação mediúnica. A grande verdade é que a obra de Pessoa sempre esteve presente na minha vida. Desde pequena escuto minha mãe falar que "tudo vale a pena se a alma não é pequena". Sábias palavras de um "tal" escritor português cheio de heterônimos. Por isso, estar em Lisboa é lembrar e relembrar de Ricardo Reis, Álvaro de Campos, Alberto Caeiro e outros tantos "Pessoas" espalhados por aqui.

Meu destino na última segunda-feira foi no mínimo previsível: a casa de Fernado Pessoa. Um despretensioso prédio onde o poeta viveu os 15 últimos anos de sua vida. O local foi transformado em centro cultural em 1993. O interior totalmente reformado contém alguns de seus pertences pessoais. Além de obras de artistas influenciados por Pessoa, uma biblioteca dedicada a poesia e o famoso retrato do escritor, feito por Alamada Negreiros, com os óculos característicos e o chapéu preto.



Poderia dizer que é uma casa-poema. Porque, escrita em vermelho, preto e cinza, está uma das variantes da ode de Ricardo Reis, que pode ser lida pelos visitantes do local desde a fachada até as paredes do interior.



“Pesa a sentença atroz do algoz ignoto. Em cada cerviz néscia.
É entrudo e riem, Felizes, porque neles pensa e sente.
A vida, que não eles. De rosas, inda que de falsas, teçam.
Capelas veras. Breve e vão é o tempo.
Que lhes é dado, e por misericórdia. Breve nem vão sentido.
Se a ciência é vida, sábio é só o néscio.
Quão pouco diferença a mente interna.
Do homem da dos brutos! Sus!
Deixai. Brincar os moribundos!”.


Nos três pisos principais do centro são realizadas muitas atividades culturais como sessões de leitura de poesia, encontros de escritores, espetáculos musicais, conferências temáticas e exposições de artes plásticas. A casa também possue um site que, entre outras coisas, disponibiliza um banco de poesias. Almeida Garret e Florbela Espanca são alguns dos autores que podem ser lidos. Recomendo. (http://casafernandopessoa.cm-lisboa.pt).



"A minha pátria é a língua portuguesa"
(Bernardo Soares - heterônimo F.Pessoa)





3 Comments


Só está faltando uma foto tua com a estátua do Fernando Pessoa, sentado em uma mesa de café, na Rua Garret (no centro de Lisboa)


Vou providenciar...rsss


Não sou muito fã de literatura, como bem sabes! Mas Fernando Pessoa é incrível!! Esse seria um lugar que gostaria de conhecer!!!
beijo

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