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#Ficadica

Posted by Sarah Souza on 11:37
O tempo passou, o intercâmbio acabou e o bahgagem parou (praticamente). A rima é boa, mas a verdade é que as postagens estão cada vez mais raras, quase como se a volta a "vida real" não tivesse a mesma graça do que a vida de intercambista. Na verdade não tem mesmo, não porque seja ruim, mas é a novidade que nos traz inspiração. 


Hoje encontrei um blog super legal e achei legal compartilhar vidaportuguesa.wordpress.com.  A autora do blog mora desde 2009 no Porto (Portugal) onde estuda.  Me identifiquei com muitas coisas escritas por ela, então deixo a dica pra quem quer se informar mais sobre o país luso ou sobre a vida fora do país.



”Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.
Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-a.
Se perder um amor, não se perca!
Se o achar, segure-o!”
(Fernando Pessoa)

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Amizade = cativar = criar laços

Posted by Sarah Souza on 11:09

Há dias que quero voltar a escrever no Bahgagem, mas faltava um tema, um assunto que me motivasse. 
Parece que quando estamos fora de casa tudo rende textos gigantes, ficamos tão encantados com a "nova realidade" que percebemos e, valorizamos as mínimas coisas. Isso infelizmente não ocorre na volta pra casa. A correria diária, de certa forma, nos cega, aliada ao cansaço, torna os textos cada vez mais escassos. 

O dia do amigo pareceu-me uma excelente data para voltar a postar aqui, principalmente porque nessa minha experiência de morar fora, que durou 7 meses, os amigos foram os grandes responsáveis tanto pela estada inesqucível, quanto pelo retorno acolhedor.

Sem dúvidas tenho muita sorte, fui com o apoio de muita gente que aqui ficou. preocupou-se em manter contato e, principalmente, me recebeu na volta de  abraços abertos. Falo dos amigos-família, amigos-irmãos, amigos antigos, amigos recentes, amigos da vida toda.

Em Lisboa, e talvez uma das melhores coisas que tenha me ocorrido naquele período, fiz amigos fantásticos, de diferentes nacionalidades, culturas e costumes. Alguns eu talvez não reveja tão cedo, mas a lembrança do que vivermos juntos jamais será esquecida. Outros, espero em breve no Brasil e, também, tenho certeza que voltarei para visitá-los.

Como curiosidade, o Dia dos Amigos começou em Buenos Aires, Argentina, em 1979 e foi gradualmente sendo adotado no mundo inteiro. 

Falar de amigos rende. Quem não tem uma boa história pra contar sobre eles, que termine a leitura por aqui. Aliás, eu poderia ficar horas escrevendo, porque neste momento muitas lembranças boas invadem a minha mente e, junto com elas, um sorriso toma conta da minha face. No entanto, vou me restringir a essas palavras extraídas do livro O pequeno príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry e dedicá-las a todos os meus amigos:

"O pequeno príncipe atravessou o deserto e encontrou apenas uma flor. Uma flor de três pétalas, uma florzinha insignificante....
- Bom dia - disse o príncipe.
- Bom dia - disse a flor.
- Onde estão os homens? - Perguntou ele educadamente.
A flor, um dia, vira passar uma caravana:
- Os homens? Eu creio que existem seis ou sete. Vi-os faz muito tempo. Mas não se pode nunca saber onde se encontram. O vento os leva. Eles não têm raízes. Eles não gostam das raízes.
-Adeus - disse o principezinho.
-Adeus - disse a flor.
O pequeno príncipe escalou uma grande montanha. As únicas montanhas que conhecera eram os três vulcões que batiam no joelho. O vulcão extinto servia-lhe de tamborete. "De uma montanha tão alta como esta", pensava ele, "verei todo o planeta e todos os homens..." Mas só viu pedras pontudas, como agulhas.
- Bom dia! - disse ele ao léu.
- Bom dia... bom dia... bom dia... - respondeu o eco.
- Quem és tu? - perguntou o principezinho.
- Quem és tu... quem és tu... quem és tu... - respondeu o eco.
- Sejam meus amigos, eu estou só... - disse ele.
- Estou só... estou só... estou só... - respondeu o eco.
"Que planeta engraçado!", pensou então. "É completamente seco, pontudo e salgado. E os homens não têm imaginação. Repetem o que a gente diz... No meu planeta eu tinha uma flor; e era sempre ela que falava primeiro."
Mas aconteceu que o pequeno príncipe, tendo andado muito tempo pelas areias, pelas rochas e pela neve, descobriu, enfim, uma estrada. E as estradas vão todas em direção aos homens.
- Bom dia! - disse ele.
Era um jardim cheio de rosas.
- Bom dia! - disseram as rosas.
Ele as contemplou. Eram todas iguais à sua flor.
- Quem sois? - perguntou ele espantado.
- Somos as rosas - responderam elas.
- Ah! - exclamou o principezinho...
E ele se sentiu profundamente infeliz. Sua flor lhe havia dito que ele era a única de sua espécie em todo o Universo. E eis que havia cinco mil, iguaizinhas, num só jardim!
"Ela teria se envergonhado", pensou ele, "se visse isto... Começaria a tossir, simularia morrer, para escapar ao ridículo. E eu seria obrigado a fingir que cuidava dela; porque senão, só para me humilhar, ela seria bem capaz de morrer de verdade..."
Depois, refletiu ainda: "Eu me julgava rico por ter uma flor única, e possuo apenas uma rosa comum. Uma rosa e três vulcões que não passam do meu joelho, estando um, talvez, extinto para sempre. Isso não faz de mim um príncipe muito poderoso..."
E, deitado na relva, ele chorou.
E foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia - disse a raposa.
- Bom dia - respondeu educadamente o pequeno príncipe, olhando a sua volta, nada viu.
- Eu estou aqui - disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? - Perguntou o principezinho. - Tu és bem bonita...
- Sou uma raposa - disse a raposa.
- Vem brincar comigo - propôs ele. - Estou tão triste...
-Eu não posso brincar contigo - disse a raposa. - Não me cativaram ainda.
- Ah! Desculpa - disse o principezinho.
Mas, após refletir, acrescentou:
- Que quer dizer "cativar"?
- Tu não és daqui - disse a raposa. - Que procuras?
- Procuro os homens - disse o pequeno príncipe. - Que quer dizer "cativar"?
- Os homens - disse a raposa - têm fuzis e caçam. É assustador! Criam galinhas também. É a única coisa que fazem de interessante. Tu procuras galinhas?
- Não - disse o príncipe. - Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?
- É algo quase sempre esquecido - disse a raposa. Significa "criar laços"...
- Criar laços?
- Exatamente - disse a raposa. - Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu também não tens necessidade de ti. E tu também não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
- Começo a compreender - disse o pequeno príncipe. - Existe uma flor... eu creio que ela me cativou...
- É possível - disse a raposa. - Vê-se tanta coisa na Terra...
- Oh! Não foi na Terra - disse o principezinho.
- A raposa pareceu intrigada:
- Num outro planeta?
- Sim.
- Há caçadores nesse planeta?
- Não.
- Que bom! E galinhas?
- Também não.
- Nada é perfeito - suspirou a raposa".

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Gênios literários encontram-se em fatídico jantar

Posted by Sarah Souza on 22:07
Rivais, Proust e Joyce só se cruzaram uma única vez.

Os dois maiores romancistas do século XX se odiavam e um encontro entre os dois, definitivamente, seria desastroso.  No entanto, Marcel Proust e James Joyce jantaram sentados a mesma mesma, na quinta-feira (18 de maio de 1922), a meia-noite, no hotel Majestic, em Paris. Uma curiosa situação, relatada no livro Uma noite no Majestic, do historiador inglês Richard Davenport-Hines(Ed. Record, 2007).

O jantar foi organizado por Sydney Schiff e Violet, um casal de judeus ricos e intelectuais. A idéia era comemorar oficialmente a estréia do balé burlesco Le Renard (A Raposa), do compositor russo Igor Stravinski. No cardápio, uma variedade de pratos servido por seis garçons; todos baseados nos jantares descritos por Proust na sua obra-prima Em busca do tempo perdido.
Joyce, que tinha acabado de lançar Ulisses, considerada pela critica mundial uma obra genial, chegou atrasado, bêbado e maltrapilho. Bebeu champanha na hora do café e dormiu na mesa. Quase três horas mais tarde do horário marcado chegou Proust, vestido com um casaco de pele preto e luvas brancas de pelica.
O encontro da dupla de escritores, segundo Joyce, ficou restrito a palavra não. Onde cada pergunta gerada entre eles era negativamente contestada. “Proust me perguntou se eu conhecia o duque fulano-de-tal, respondi que não. Nossa anfitriã perguntou ao Proust se ele tinha lido algum trecho de Ulisses. Ele respondeu que não”, colncluiu.
Cerca de 50  pessoas foram convidadas. Além de Proust e Joyce, estavam entre os presentes o pintor espanhol, Pablo Picasso, a bailarina russa Bronislava Nijinska, e a princesa de Edmond de Polignac, Winetta Singer.
Na saída, Proust e Joyce foram no mesmo carro. O autor de Ulisses ascendeu um cigarro e abriu a janela. Asmático e com a saúde debilitada, Proust não suportava fumaça. Morreu exatamente seis meses depois, em 18 de novembro.

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Para colocar na agenda e aumentar a "bahgagem"

Posted by Sarah Souza on 05:45
Oficina cênica recria histórias e personagens da região pampiana

Depois de uma jornada por treze cidades da fronteira gaúcha, a cooperativa de atores Oigalê volta a capital com um vasto material de pesquisa e a proposta de recriar todas as vivências em uma oficina teatral. Foram cerca de 16 mil fotos, 80 vídeos e 80 livros, com diferentes histórias, contos e personagens da vida real.

Com o objetivo de transformar esse arquivo em material cênico, o grupo propõe uma oficina gratuita de teatro, para atores com e sem experiência, maiores de 18 anos. Os participantes têm a possibilidade de integrar o elenco do novo espetáculo do Oigalê, resultado deste projeto, planejado para o ano de 2012 e intitulado "Em buca de um teatro de rua pampiano".

Nas viagens pela região pampiana (Rio Grande do Sul/BR, Uruguai e Argentina), o Oigalê teve contato com diferentes histórias e com o folclore vivo. Assim como conta uma das fundadoras do grupo, Vera Parenza, em entrevista ao site clicrbs: “Para nós, não importa se aconteceu de verdade ou se foi inventado. Essa distinção é para os historiadores. Estávamos atrás de material teatral. Encontramos pessoas que parecem personagens, e suas casas, cenários, concluiu.

A oficina ocorre entre os meses de abril e junho, às segundas, quartas e sextas, das 18h às 22h, na sede do Oigalê, no Condomínio Cênico do Hospital Psiquiátrico São Pedro (avenida Bento Gonçalves, nº 2.460, Porto Alegre. As inscrições podem ser realizadas até sexta-feira (1/4), pelo site www.oigale.com.br/site. Informações pelo fone (51)3228-7275.

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Folhas de outono no hemisfério sul...

Posted by Sarah Souza on 19:35
Chegou o outono, ao menos para nós que estamos ao sul do Equador. A estação que antecede o inverno, com temperaturas mais amenas. Ao contrário da primavera, a beleza está nas folhas que caem e não nas sementes que florescem.


Foto: sxc.hu




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Mais do mesmo

Posted by Sarah Souza on 17:19
A viagem acabou mas o blog não. Seguindo a idéia de que "bagagem" é tudo aquilo que possa acrescentar a nossa caminhada, o espaço segue dividindo experiências e divagações. Agora sem ponto de partida nem prazo de retorno. 



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A volta para casa

Posted by Sarah Souza on 06:39
Eu cheguei na quarta-feira (16/2), depois de mais de 12h entre vôo e espera no aeroporto. A viagem foi cansativa, mas o vôo noturno facilitou o sono e assim o tempo passou mais rápido. 

A chegada no Salgado Filho foi emocionante, ser recepcionada por amigos e familiares queridos não tem preço. Essa é a parte boa de voltar para casa. A sensação é difícil de descrever, mas vem com a certeza de que temos um lugar no mundo e que independente de onde possamos ir, sempre existirá um "porto seguro" a nossa espera. 

Ainda não revi todos amigos que gostaría, mas não faltará tempo para isso. O importante é entrar na rotina aos poucos, retomar alguns constumes e, porque não, adotar novos. 

Chorei muito ao deixar Lisboa porque de certa forma também construí uma "vidinha" lá, mas também chorei ao voltar pra casa e sentir que pertenço a algum lugar e estou cercada de pessoas especiais. 

“Todos cantam sua terra, / Também vou cantar a minha”
(Gonçalves Dias)

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