Making off: primeiro mês em Lisboa.

CINCO DE SETEMBRO DE 2010. Um mês longe de casa. Às vezes parece que passou voando, já que foram 30 intensos dias. Mas quando a saudade aperta a sensação é de que agosto se arrastou e ainda 6 longos meses virão. É estranho pensar que quando entrei naquele avião deixei praticamente uma vida, ou melhor, uma forma de viver pra trás e me dispus a encarar um novo desafio. E que quando voltar, por mais que eu tente, duvido que tudo volte a ser como antes.

Bom, mas já que esse post é um making off do primeiro mês, deixo registrada as coisas que mais marcaram para mim e para minha "família" lusitana. Para quem não sabe ainda, Laura, Pedro e Kiko dividem a casa e muitos momentos (felizes e outros nem tanto) comigo.

Pousada da Juventude

Já falei que a experiência na Pousada da Juventude foi enriquecedora. Vou recordar com muito carinho daqueles dias. Principalmente dos chopps que custavam 0,80 cents. Ah, também não vou esquecer que foi lá que torci o tornozelo e ralei o joelho. Mas como já está tudo bem nem vale a pena dissertar sobre isso. Até porque, quem me conhece sabe que isso é bem comum na minha vida. A Laura também trouxe algumas marcas de recordação de lá. A cada subida e descida do beliche um hematoma novo na perna.

Episódio da Rua Silva

Esse sim foi inesquecível. Com um mapa na mão saímos a procura da rua Silva, onde fica o Erasmus que é um programa para estudantes estrangeiros. Caminhamos como nunca, num sol escaldante e chegamos ao local que estava em férias, fechado.

"Comi pato"

Entre uma indiada e outra batia a fome. Resolvemos parar no restaurante mais próximo. Pedimos o prato do dia, por ser mais barato. Um delicioso arroz de pato, mesmo pra quem, como eu, jurava que não comeria esse tipo de carne.

Não coma prego nem beba tango

Enquanto estávamos no albergue não tínhamos como cozinhar. Portanto, nossas refeições eram feitas sempre na rua. Numa noite resolvemos sair para tomar uma cerveja e comer alguma coisinha. Entramos e escolhemos um "prego". Segundo a garçonete seria pão com um filé dentro, acompanhado por fritas. Pois bem, veio um mini pão com um pedaço de carne e ruffles como acompanhamento. Para beber tivemos a triste idéia de deixar a Laura escolher. Experimentamos o tal de tango. Só experimentamos. Mais parecia xarope de grozelha com cerveja misturada. Não recomendo.

Saga da casa

Não é fácil achar uma casa para alugar. Menos ainda quando estamos em outro país. O tempo do albergue se esgotando e nada em vista. Nos últimos minutos do segundo tempo achamos a nossa querida Vila Grandela. Casa boa e barata. Perfeito.

Cartão Viva Lisboa só dia Vinte e...

A orientação que recebemos na Universidade foi providenciarmos o cartão Viva Lisboa o mais rápido possível. Com o cartão, pagamos uma taxa mensal (estudantes pagam metade da taxa) e obtemos o direito de andar durante os 30 dias em qualquer metro e autocarro. Chegamos no local para fazer e nos informaram que só era possível solicitar o cartão no dia 23 de agosto (ao menos foi isso que o Pedro entendeu). Ainda estávamos no dia 10. Esperamos.

Na data marcada levamos todos os documentos necessários para a confecção. A resposta não agradou. Só era possível solicitar o cartão a partir de 26 de agosto. Tudo bem, esperar 3 dias. Fomos no dia 27 para garantir.

Bairro Alto, trajeto obrigatório.

Existe um bairro aqui, ou melhor, freguesia muito parecido com a Cidade Baixa de Porto Alegre. Muitos bares, pessoas na rua. A única diferença é que como o próprio nome já diz, são muitas subidas e descidas em toda a região. É um bairro histórico com uma arquitetura tipicamente portuguesa. Desde os anos 80 é a zona mais conhecida da noite lisboeta. Tem como principal característica o encontro de diferentes gerações na procura de divertimento noturno.

Cascais é praia de Betinha e Betinho

Descobrimos uma praia muito legal, Cascais. Lá assistimos aos shows dos Papas da Língua e do Martinho da Vila. Depois ficamos sabendo que é considerada uma praia de betinha, a maneira lusitana de rotular as meninas patricinhas.

Libertadores da América direto da Europa

Nunca agradeci tanto a invenção da grande rede. Graças a ela pude acompanhar, vibrar e comemorar a grande conquista do meu time. E um agradecimento a especial a Tati que estava no meio da popular e permitiu que eu me emocionasse com os gritos da torcida pelo celular. Só para lembrar: Internacional Bicampeão da América 2010.

Trinta dias e trinta noites sem televisão

Sim, estamos na Europa e não temos aparelho de televisão. Aliás, temos uma assinatura com quase 300 canais disponíveis e nenhuma TV para usufruir. Sinceramente, ainda não senti falta. Talvez providenciaremos no inverno.

Microondas questão de segurança

Depois de alguns acidentes domésticos, provocados por cozinheiros inexperientes que não citarei os nomes, compramos um microondas. Novinho, ao preço de 44 euros. Sem dúvidas foi a melhor compra coletiva que fizemos.

Ônibus em Lisboa mudam de trajeto em alguns horários

Nem preciso entrar em detalhes. Descobrimos isso na prática. Normalmente em horários que isso não deveria acontecer.

Poderia ficar horas e horas contando os offs dessa vida Lisboeta. Não faltarão oportunidades.

Confira o que mais marcou para a "tchurma" daqui de casa. Na minha opinião "entre perdas e ganhos" o mês foi muito positivo.